Como aliar a prática médica junto aos avanços tecnológicos? E de que forma conseguimos construir a medicina do futuro? Acompanhe o nosso conteúdo e descubra!
Embora a produção cinematográfica Hollywoodiana se destaque a nível global, seus prognósticos nem sempre coadunam com a realidade. Alguns deles, inseridos no gênero de ficção científica, sempre previram futuros distópicos, onde a tecnologia assumia a identidade de vilã da trama e, com vida própria, escravizava a humanidade.
O futuro chegou e, com ele, a queda dessas premonições construídas a partir do início do século XX. O que hoje vivenciamos é, de fato, um boom tecnológico. No entanto, as inovações geradas pela incorporação da tecnologia na produção do trabalho e organização social vêm como um elemento que promulga maior qualidade de vida na população em geral.
Não há mais como se pensar em modernização e avanços econômicos, culturais e científicos sem o auxílio de determinadas técnicas, habilidades, métodos e processos que só a tecnologia proporciona. É com e através dela que se faz possível desenvolver e acessibilizar um fluxo de informações e conhecimentos que facilitam a sobrevivência humana em suas mais diversas e respectivas formas.
Se o cinema mundial ainda sustenta a ideia da tecnologia como sinônimo de perigo e ameaça, no conteúdo de hoje, iremos mostrar como ela beneficia o campo da medicina, tornando-se aliada no enfrentamento de doenças e na agilidade de descobertas científicas. Acompanhe com a gente.
Conhecendo o conceito de Saúde 4.0
Saúde 4.0, Health 4.0 e/ou Saúde Digital são termos similares, cunhados com o objetivo de descrever a integração entre procedimentos referentes à Tecnologia da Informação (Ti) com o ecossistema operacional na área de saúde.
O termo 4.0 faz referência à Revolução 4.0, ou Quarta Revolução Industrial, descrita como a confluência de tecnologias biológicas, materiais e digitais que produziram uma modificação nas dinâmicas sociais nunca antes experienciada com esse nível de intensidade.
Do ano de 2011 para cá, alguns recursos como Inteligência Artificial, Machine Learning, Big Data, Cloud Computing, Robótica e Internet das Coisas, tornaram-se não só conhecidos, como foram incorporados e aplicados em diversas áreas de atuação humana. Uma delas, a saúde.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o conceito de Saúde 4.0 perpassa pela associação do conhecimento imbricado na aplicabilidade de novas tecnologias. A partir daí, é possível alcançar o desenvolvimento do campo da saúde e seu aumento de eficácia.
Para a OMS, são três os objetivos da Saúde 4.0, a saber, a melhoria do bem-estar da população em geral por meio de acessibilidade e equidade; a atuação facilitada dos profissionais da área a partir do uso de tecnologia, garantindo o melhor cuidado aos pacientes, e o auxílio na elaboração de políticas públicas em saúde, através do manuseio ético e seguro da tecnologia.
A inserção de ferramentas tecnológicas na saúde é tida como um vetor de melhoria e auxílio no trabalho dos profissionais , uma vez que, dessa forma, é possível realizar atendimentos integrados, baseados em dados personalizados e alcançando maior precisão e eficácia em tratamentos gerais.
Sabemos que pesquisas e estudos apontam a Saúde 4.0 como o grande caminho a ser seguido, mas quais são suas prerrogativas? Veja, a seguir, algumas estratégias que podem ser implementadas na rotina dos profissionais de saúde e beneficiar médicos e pacientes.
Prerrogativas da Saúde e Medicina 4.0
Antes de adentrarmos nas especificidades da Medicina 4.0, vale destacar dois princípios da Saúde 4.0 que permeia todas as áreas:
- A utilização de recursos obtidos por meio de Inteligência Artificial, a fim de promover assertividade em diagnósticos e tratamentos: Plataformas, programas e ferramentas de Inteligência Artificial permitem a realização de melhores prognósticos, segmentando, classificando e realizando análises preditivas baseadas em dados e informações personalizadas de cada paciente. Assim, se faz possível criar estratégias mais eficazes, monitorar e, se necessário, modificar o tratamento médico;
- A integração entre sistemas de saúde e de informação através da interconexão: Um dos preceitos da Saúde 4.0 é a unificação de informações de dados e minuciosidade do estado de cada paciente. Aqui os setores não agem mais de forma independente, mas sim, integrados e com um único planejamento de atuação. Com a integração de sistemas de saúde e de informação é possível conectar equipe médica, seguros e sistemas de custos financeiros, instituições de saúde e, o principal, reunir todos os dados históricos dos pacientes;
Com a incorporação desses âmbitos, o que se pode observar é a prática da medicina agindo de forma mais segura e precisa. A partir da inserção da tecnologia junto ao quadro de profissionais e aos planejamentos em saúde, a assistência médica é promovida a um alto grau de eficiência.
Seguindo o mesmo caminho, a Medicina 4.0, como um setor integrante e primordial da Saúde 4.0, utiliza-se de ferramentas tecnológicas e de automação para prevenir doenças e garantir um maior cuidado à saúde física e mental dos pacientes. Confira no quadro abaixo os principais ganhos dessa prática:
Atividade | Descrição |
Construção de diagnósticos mais precisos | Imagens e exames que utilizam de recursos tecnológicos como o Machine Learning, somadas à análise de dados via ferramentas de Big Data, geram avaliações mais detalhadas do quadro de cada paciente e, com isso, produzem diagnósticos precisos e encaminhativos para tratamentos personalizados |
Eficiência na gestão dos atendimentos | A implementação de recursos de automação, como quadro de agendas inteligentes + acesso ao prontuário eletrônico de cada paciente, permite uma otimização no fluxo de atendimento médico, possibilitando o aumento e a precisão de atendimentos |
Integração de diferentes áreas da saúde | Com os prontuários eletrônicos de cada paciente, é possível reunir todas as informações necessárias para a prescrição de tratamentos eficazes. A unificação de informações permite que diferentes áreas da saúde possam se inteirar de maneira integral sobre os mais diversos quadros clínicos e atuar em conjunto. |
Melhoria na experiência do paciente | Com a integração e união das diferentes áreas da saúde em torno de um tratamento eficaz, o paciente obtém mais comodidade e segurança, entendendo que as principais informações do seu quadro clínico são compartilhadas entre os setores necessários, gerando assim mais confiança nas decisões dos profissionais. |
Outros benefícios da união entre tecnologia e medicina podem ser vistos em atividades como:
- Aplicativos personalizados de saúde;
- Prontuário eletrônico do paciente (Pep) e de fácil acesso;
- Bi e Big Data para tomada de decisões;
- Medicina genômica;
- Agendamento online;
- Teleconsultas e medicina preventiva;
A seguir, abordaremos sobre a Telemedicina, integrante da Medicina 4.0, como uma forte aposta de atuação e precisão médica. Acompanhe.
A Telemedicina como a grande aposta da Medicina 4.0
A Telemedicina se caracteriza como um ramo da saúde que utiliza ferramentas tecnológicas para viabilizar a prática médica à distância, seja através de teleconsultas ou da promoção de assistência à pacientes, como, por exemplo, através do homecare.
A nível nacional, a Telemedicina teve o seu marco inicial a partir da década de 1990 – inicialmente, como uma iniciativa privada, a partir de Institutos como o Incor, que, em 1996, promoveu o serviço de monitoramento de pacientes à domicílio.
Posteriormente, com a abrangência do seu conceito chegando também às universidades e sistemas públicos de saúde, a sua prática foi regulamentada no ano de 2002, objetivando a ampliação e acessibilidade junto à assistência em saúde.
No entanto, o seu desenvolvimento e massificação foi notoriamente observado a partir da pandemia do Covid-19. Em abril de 2020, o Governo Federal sancionou a Lei nº 13.989/2020, autorizando o uso da Telemedicina – incluindo a teleconsulta – em quaisquer atividades do ramo da saúde e enquanto durasse o surto global do coronavírus.
Embora a Organização Mundial de Saúde tenha decretado o fim da Emergência de Saúde Pública da pandemia do Covid-19 (em 05 de maio de 2023), diante dos inúmeros benefícios que a prática da Telemedicina proporciona, ela permaneceu em voga, sendo amplamente adotada pela população.
Se entre os anos de 2020 a 2021, 7.5 milhões de atendimentos foram realizados por 52,2 mil médicos no Brasil, até o mês de maio de 2024, já ocorreram 30 milhões de atendimentos, o que revela uma adesão significativa à essa nova ferramenta na saúde.
A Telemedicina vem se consolidando como a grande aposta da Medicina 4.0, por trazer inúmeros benefícios, dentre eles a ampliação do acesso ao cuidado em saúde, a facilidade de comunicação entre médico e paciente, a agilidade de acompanhamento de tratamentos medicamentosos e a redução dos custos em saúde.
Para Dr. Leonardo Jorge Cordeiro de Paula, médico cardiologista e Diretor Técnico e Acadêmico da Escola Brasileira de Medicina, outra vantagem da Telemedicina é que ela também atua a favor da medicina preventiva. De acordo com ele, “ a telemedicina é crucial para a acessibilidade à saúde e, consequentemente, a medicina preventiva. Ela supera barreiras geográficas, conectando pacientes a especialistas, otimizando recursos e permitindo detecção precoce e monitoramento das mais diversas doenças através de uma abordagem preventiva, que deve ser muito valorizada no currículo médico. Essas ações resultam em maior qualidade de vida e redução de custos globais no longo prazo. Com isso, através de nossos processos educacionais, muito baseados no digital e telemedicina, permitimos que mais pessoas tenham acesso a cuidados médicos de qualidade, independentemente de sua localização geográfica no país”.
O que esperar da Medicina 4.0 de agora em diante?
Que a medicina vem passando por grandes avanços, isso é fato. Mas o que esperar de agora em diante?
Novos conceitos vêm sendo aprimorados, dentre eles o metaverso, a tecnologia sustentável, os aplicativos inteligentes com conectividade avançada, a elaboração de novos fármacos que antecipam futuros problemas de saúde, dentre outros elementos.
Para que tudo isso possa avançar, se faz necessário uma atualização constante dos profissionais de medicina através do investimento em educação continuada e aprimoramento de suas técnicas e conhecimentos.
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