A Radiologia Abdominal é uma especialidade médica que utiliza técnicas de imagem avançadas para a identificação e acompanhamento de condições que impactam diretamente a área abdominal, que desempenha um papel fundamental no diagnóstico precoce e no acompanhamento de diversas patologias.
Os exames de imagem têm sido amplamente utilizados no diagnóstico de diversas doenças, devido ao seu baixo custo, ampla disponibilidade e ausência de desconforto físico. Esses exames apresentam alta sensibilidade e qualidade que variam de 75% a 93%, conferindo-lhes uma confiabilidade notável. Entretanto, é importante ressaltar que esses métodos são dependentes da habilidade do operador, necessitando de elevada capacitação e experiência por parte do médico responsável.
De acordo com dados do portal Datasus, observou-se um aumento de 14,2% no número de óbitos de brasileiros devido a doenças abdominais desde o ano de 2020. Especialistas atribuem essa alta atípica à carência de médicos especialistas para diagnóstico ágil e à sobrecarga nos hospitais.
Confira 4 doenças que podem ser diagnosticadas através da Radiologia Abdominal, destacando a importância de exames assertivos e na prática clínica qualificada. Continue a leitura!
Apendicite Aguda:
A Apendicite Aguda é uma condição médica que envolve a inflamação súbita e potencialmente perigosa do apêndice, um pequeno órgão localizado na parte inferior direita do abdômen. Embora a causa exata da apendicite ainda não seja totalmente compreendida, é geralmente resultado da obstrução do apêndice devido a fezes, infecção ou acúmulo de muco. A inflamação subsequente pode levar a sintomas dolorosos e, se não tratada a tempo, pode ter sérias complicações.
Os sintomas mais comuns incluem dor abdominal ao redor do umbigo, que pode se deslocar para a parte inferior direita do abdômen. Essa dor muitas vezes se intensifica e é acompanhada por outros sintomas, como perda de apetite, náuseas, vômitos e febre. Em casos mais avançados, a dor pode ser intensa e aguda, e qualquer movimento brusco pode aumentar o desconforto.
Segundo pesquisas, o diagnóstico tardio de apendicite é provável de ocorrer em pacientes com clínica atípica (com menos dor na fossa ilíaca direita) e/ou exame físico incom pesquisaspleto e/ou receberam somente analgesia. O estudo mostrou que o atraso no diagnóstico de apendicite aguda está associado a uma fase mais avançada da doença e a uma maior morbidade. Deve haver, portanto, uma atenção cuidadosa à história do paciente e exame físico, além da avaliação clínica precoce, ajudando a minimizar a possibilidade de atraso.
O diagnóstico precoce e preciso da Apendicite Aguda é crucial para evitar complicações graves. Um tratamento demorado pode resultar em consequências adversas para o paciente. Se a inflamação não for tratada a tempo, o apêndice pode se romper, levando ao vazamento de conteúdo infeccioso no abdômen. Isso pode resultar em uma condição chamada peritonite, uma inflamação grave da membrana que reveste a cavidade abdominal. De acordo com o site da UOL, foram registrados 879 óbitos pela doença desde 2020.
A Radiologia Abdominal desempenha um papel fundamental no diagnóstico e avaliação de pacientes com Apendicite Aguda. Várias técnicas de imagem podem ser usadas para auxiliar os médicos no diagnóstico correto e no planejamento do tratamento, como Ultrassonografia abdominal, tomografia computadorizada e Ressonância magnética.
Certamente, a credibilidade do diagnóstico e tratamento da apendicite aguda está firmemente ancorada na avaliação de um médico especializado. É através da perícia de um especialista que os primeiros sintomas serão identificados e tratados adequadamente.
Doença diverticular:
A diverticulite é uma condição grave e potencialmente perigosa que demanda compreensão minuciosa e diagnóstico preciso. Resultante da obstrução dos divertículos – pequenas bolsas que se formam na parede do cólon – a condição desencadeia um processo inflamatório ou infeccioso. A intensidade da inflamação pode variar, tendo o potencial de progredir para estágios avançados com implicações graves à saúde do paciente. Em decorrência das possíveis complicações associadas à doença, ações cirúrgicas de emergência podem ser necessárias para corrigir perfurações, drenar abscessos ou reparar fissuras.
A diverticulite tornou-se notória no Brasil durante a década de 1980, quando foi apontada como causa da morte do presidente Tancredo Neves. Além disso, de acordo com o DATASUS, entre 2010 e 2018, um total de 68.446 pessoas foram hospitalizadas no Brasil devido à Doença Diverticular.
De acordo com a Revista Médica de Minas Gerais, 10% dos adultos em meia-idade e 80% dos adultos com mais de 80 anos são diagnosticados com a doença. Caso o diagnóstico seja tardio ou impreciso, a diverticulite tende a se agravar, manifestando sintomas como dor abdominal intensa, febre acima de 38,3 °C e presença de sangue nas fezes.
O diagnóstico abrange uma avaliação clínica minuciosa, análise da história do paciente e a realização de exames de imagem, tais como ultrassonografia abdominal, tomografia computadorizada e radiografia. Ao conduzir esses exames, um médico especializado em Radiologia Abdominal é capaz de identificar sinais de inflamação, espessamento das paredes do cólon e a possível existência de abscessos.
Cálculos biliares:
O cálculo biliar, conhecido como pedra na vesícula, é uma condição bem comum entre adultos, com uma predominância no sexo feminino, afetando cerca de 30% da população brasileira.
A formação de cálculos biliares ocorre quando há um desequilíbrio nas substâncias que compõem a bile, como colesterol e sais biliares. Esses desequilíbrios podem levar à cristalização dessas substâncias, formando cálculo. A Pedra na Vesícula pode ser evitada com passos básicos, como, hidratação adequada, boa alimentação, atividade física regular e evitando jejuns prolongados.
Um diagnóstico rápido desempenha um papel crucial na prevenção da necessidade de cirurgia, evitando a progressão da obstrução e a migração dos cálculos biliares, o que poderia resultar em uma condição grave extremamente conhecida como pancreatite aguda. Em casos assim, a taxa de mortalidade varia de 7% a 15%.
É de suma importância realizar um diagnóstico preciso e ágil dessa condição. Isso ocorre porque, em certas circunstâncias, os sintomas associados à presença de pedra na vesícula podem não se manifestar, o que representa um desafio para médicos que não têm especialização em Radiologia Abdominal. Quando o diagnóstico é feito tardiamente, há uma tendência dos cálculos migrarem pelos canais biliares, acarretando uma série de complicações, algumas das quais podem ser potencialmente graves.
Aneurisma da Aorta Abdominal
O aneurisma da Aorta Abdominal é uma condição em que ocorre o alargamento anormal e enfraquecimento da aorta, a maior artéria do corpo, à medida que passa pela região abdominal. Essa dilatação pode ser potencialmente perigosa, já que a aorta pode se romper, causando uma emergência médica grave. A taxa de mortalidade dessa doença é de 65% a 80%.
Sem dúvidas, é o problema vascular de maior mortalidade e acomete mais homens que mulheres, a partir dos 60 anos, aproximadamente. Segundo o site do Hospital Vila da Serra, a incidência cresce com a idade. Cerca de 4% da população sofre com o problema e, em pessoas com mais de 60 anos, o percentual aumenta para 6%.
O tabagismo representa o principal fator de risco associado ao desenvolvimento de aneurismas da aorta abdominal. Mesmo após anos de abstinência do tabaco, persistem efeitos duradouros no organismo, contribuindo para o enfraquecimento contínuo da artéria. Diversos estudos sugerem a possibilidade de que infecções virais ou bacterianas possam ser os desencadeadores dessa condição. A dilatação arterial acarreta alterações na velocidade e direção do fluxo sanguíneo, resultando frequentemente na formação de trombos nas paredes arteriais, os quais podem provocar obstruções.
Segundo a Revista Medtronic, esta inflamação pode ocorrer por conta de artérias entupidas (aterosclerose), mas também pode estar ligada à hereditariedade, traumas ou outras doenças.
O diagnóstico precoce de um aneurisma da aorta abdominal é crucial para evitar complicações graves, como ruptura. Por isso, a colaboração entre médicos especialistas em Radiologia Abdominal e outros profissionais de saúde é essencial para identificar, monitorar e tratar adequadamente os aneurismas da aorta abdominal, reduzindo os riscos associados a essa condição. Alguns exames podem ser solicitados e usados para o diagnóstico assertivo, tais como, ultrassonografia, Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética, Angiografia por Tomografia Computadorizada (CTA) ou Angiografia por Ressonância Magnética.
A prática como principal aliada da especialização médica
Com o avanço da tecnologia, a Radiologia Abdominal se tornou uma especialidade essencial. Estima-se que exista 1 médico radiologista por 1 milhão de habitantes, fazendo com que o acesso aos diagnósticos seja mais difícil. Por isso, é importante que os médicos busquem aperfeiçoamento para se manter atualizados em relação aos avanços na tecnologia e na prática clínica.
A Radiologia Abdominal tem se destacado como uma ferramenta extremamente eficiente para diagnósticos rápidos e precisos, possibilitando que médicos e pacientes tenham acesso a informações valiosas para o diagnóstico. Essa rapidez é especialmente relevante em casos de emergência ou em situações em que o tempo é um fator crítico para a tomada de decisões, minimizando a necessidade de procedimentos invasivos e reduzindo riscos associados a biópsias e cirurgias. Isso proporciona aos pacientes uma experiência mais confortável e menos traumática durante a investigação de suas condições.
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